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Eis meu primeiro review do Raspberry Pi 4 4GB! Vou começar discorrendo sobre a placa em si, tentando conter a empolgação ao apresentá-la.
Começando pelas dimensões, ela é um pouquinho só mais larga que a Raspberry Pi 3, mas a furação é a mesma.
Uma coisa que achei curiosa é em relação aos slots de display e câmera, que voltaram a ser iguais ao do Raspberry Pi 1.
Já faz um tempo que a placa saiu e provavelmente você deve saber bastante sobre ela, mas não posso deixar de citar as portas HDMI. Pensei que fossem mini, mas são micro HDMI, atente-se a isso na hora de comprar os cabos. Na placa vem marcadas como HDMI0 e HDMI1.
A alimentação agora é por cabo USB-C e (também como já deve saber) a implementação não foi feita obedecendo todos os critérios definidos no padrão, por isso não é qualquer cabo USB-C que vai funcionar. Não foi um "erro sem querer", o projeto foi concebido dessa maneira, compartilhando um resistor de 5.1Kohms, quando cada um dos pinos "CC" da USB-C deveriam ter seu próprio resistor para estar dentro do padrão e não foram feitos testes efetivos que pudessem prever a incompatibilidade. A solução é simples; cabos com marcação "E" (ou "e-marked", como li em todas as referências a respeito) não devem ser usados.
O conector jack está lá do mesmo modo, ao lado do conector da câmera, sem novidades.
Assim como na Raspberry Pi 3 B+, ela possui pinos para PoE (Power over Ethernet). É uma forma de alimentar o Raspberry sem a necessidade de um cabo USB-C. Existe um hat para isso, mas ele tem contrapartidas. Além disso, para utilizar PoE é necessário que o cabo esteja conectado a um switch que forneça a alimentação de 5V@2.4A. Não adianta querer usar seu roteador WiFi porque não vai funcionar.
Na barra de pinos mantem-se o padrão, apenas adicionados um barramento extra para I2C, SPI e UART.
Vamos um pouco mais a fundo em informações interessantes.
Começando pelas portas HDMI, podemos conectar dois monitores 4K, o que é realmente impressionante, considerando o processamento de vídeo.
O modelo utilizado nesse artigo é o de 4GB de RAM, mas tem outros dois modelos, com 2GB e 1GB.
A ethernet é Gigabit, portanto até 125MB de throughput na porta de rede.
Continua tendo 4 portas USB, mas agora duas são USB2 e duas são USB3. Desde o Raspberry Pi 3B+ o suporte a boot pela USB é nativo, mas na Raspberry Pi 4 é uma vantagem extra, considerando que podemos colocar um SSD na USB3 e ganhar com baixo consumo e velocidade da porta.
Temos nela uma BCM2711 quad core Cortex-A72 (ARM-V8) de 64 bits em 1.5GHz. A memória supracitada, conforme o modelo.
Sua placa WiFi suporta ambos, 2.4GHz e 5GHz. Bluetooth 5 BLE.
Compatibilidade total com os pinos de GPIO.
A recomendação mínima para alimentação é 3A via porta USB-C ou header GPIO. Isso significa que invés da porta USB podemos usar uma fonte chaveada do tipo "gaiola". Quero ver aparecer raio amarelo!
Para alimentação por PoE é necessário adquirir um hat PoE.
A temperatura de operação recomendada é de 50 graus. Se você estiver no Rio de Janeiro ou em Goiás, já deve estar perto do limite com ela desligada. Refrigeração e dissipadores são altamente recomendados!
Uma fonte de 2.5A pode ser utilizada "caso" os periféricos consumam menos de 500mA no total, mas convenhamos que queremos processamento; machine learning, emuladores e todo o tipo de coisa divertida.
É um novo processador, uma nova GPU e tudo o mais é diferente, por isso é claro que seria necessário um sistema operacional compatível. Por isso, a versão Buster do Raspbian foi lançada, tendo compatibilidade com todas as versões anteriores do Raspberry.
Normalmente o que muda é o background, mas dessa vez o sistema recebeu uma nova aparência também, estando com um visual mais moderno e agradável.
No Raspberry Pi 4 é usado o driver GL por padrão para o vídeo. Se houver alguma razão para isso, o driver pode ser modificado no programa raspi-config.
Já vi dúvidas a respeito, então vou citar; não é possível utilizar o HDMI e o vídeo análogo ao mesmo tempo. E para quem não sabe, o vídeo análogo sai pelo jack.
A resolução de 4k@60fps está desabilitado por padrão devido ao consumo de recursos excessivo que requer clock, resultando em aquecimento demasiado e aumento no consumo de energia. Se estiver devidamente refrigerado (cooler e dissipador), sinta-se a vontade para habilitar essa resolução - mas não se esqueça da fonte; corrente, muita corrente!
Uma outra coisa importante a citar e que ainda é dúvida para pessoas sem conhecimento técnico em eletrônica é essa relação de tensão e corrente. A tensão no Raspberry deve ser invariável, mantendo-se em 5V. Já a corrente é consumida sob demanda, não há problema algum em usar uma fonte de 5V@30A como a da imagem abaixo, por exemplo. Eu vou utilizar exatamente essa fonte da imagem, porque alimentar com menos recursos do que o suficiente, aí sim, queima a placa.
Como citei anteriormente, o Raspbian Buster tem retro-compatibilidade, portanto o lugar para baixar o sistema é o mesmo.
A porta USB fornece até 1.2A, mas lembre-se de que a fonte deve comportar todos os periféricos além da própria placa.
Podemos também controlar algumas funções do Raspberry pelo controle remoto da TV, quando interconectados através do recurso chamado CEC. O cabo HDMI deve dar suporte ao recurso. Em minha TV utilizo o BBCM para assistir TV (porque antena interna não funciona e o conector da externa sai em outro ponto da sala onde a TV não está - assisto TV aberta, nada de pirataria).
Nenhuma configuração é necessária.
Bem, talvez não seja "tudo", mas com certeza vai lhe garantir muito mais segurança do que partir do nada, contando com a sorte.
Veja esse artigo "Dicas, dúvidas e erros comuns", atualizado para todas as versões do Raspberry.
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Autor do blog "Do bit Ao Byte / Manual do Maker".
Viciado em embarcados desde 2006.
LinuxUser 158.760, desde 1997.