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Um bom multímetro pode ser explicado por um bom engenheiro. Não é o meu caso, sequer sou técnico em eletrônica, mas com certeza você vai curtir esse multímetro, por mais parca que seja minha explicação sobre essa ferramenta indispensável para nós que utilizamos eletrônica digital.
Existem montes de modelos de multímetros, com os mais diversos recursos, tamanhos e preços. A aquisição de um multímetro depende realmente da aplicação e da necessidade; isto é, poderiamos ter um um multímetro que nos facilita-se determinada tarefa, mas por questões de economia, acabamos ficando com um modelo mais simples. Ou ainda, nos falta conhecimento ou oportunidade para aplicar os recursos de um determinado modelo, então acabamos por comprar um multímetro mais simples. Mas por que comprar um Hikari HM-2080 da Eletrogate? Bem, vamos por partes.
Tenho um multímetro Minipa de mesa, o ET-1002. Apesar de básico, ele possui hFE para medição de transistor e serve para testar um LED também. Mas esse multímetro não é para mais do que medições de mesa, recomendado apenas para circuitos eletrônicos protegidos.
As categorias determinam o nível de segurança do multímetro. No caso do Minipa supracitado, ele é CAT I. Ideal para ser utilizado apenas em circuitos eletrônicos protegidos, sem muito mais pretensão.
Já multímetros CAT II são ideais para utilização em eletrodomésticos e tomadas a mais de 10 metros de distância do CAT III ou 20 metros de distância do CAT IV. Já é mais adequado para projetos maker, mas ainda pode ser melhor.
Já o CAT III serve para medição trifásica, motores e iluminação comercial. Pensando no nosso caso, já atende bem para medições onde faríamos automação, como por exemplo, câmaras frias.
Já o CAT IV é o melhor nível de segurança, permitindo medições seguras diretamente na rede da concessionária até. Pode-se medir a partir do relógio, onde eventualmente quereriamos adicionar algum circuito para telemetria de consumo. E por qual razão os demais não atenderiam?
Existe uma coisa chamada "transiente". Trata-se de um surto na tensão que ocorre em um intervalo de tempo curtíssimo, mas que pode ser danoso tanto ao equipamento quanto à vida, uma vez que esse pico pode passar pelo multímetro e aí, meu caro, se você estiver do lado de fora do desenho acima, tchauzinho.
E discorrer sobre as categorias teve o propósito exclusivo de enfatizar que esse multímetro HM-2080 é CAT IV 600V!
Vale também salientar que existem multímetros de categorias inferiores para tensões maiores, mas a proteção do transiente está relacionado à categoria, a tensão é um caso à parte.
A lógica pode ser explicada de forma simplória; os transientes variam conforme a resistência do circuito. Um CAT II (utilizado em eletrodomésticos) suporta os transientes limitados pela resistência entre a rua e a tomada. Já o CAT IV mede ae 600V, mas suporta os transientes da rede da concessionária!
Existe um monte de razões que explicam a indutância. Pense nessa explicação como uma prova dos alunos do maternal, porque uma boa explicação poderia ser dada por um especialista em eletrônica, melhor ainda se fosse dada por um engenheiro.
A passagem de corrente em um cabo elétrico gera um campo magnético ao redor do condutor (o próprio fio, se não ficou claro). Esse fenômeno é aproveitado (por exemplo) em bobinas, como as de uma solenoide. Daí tem toda a teoria; número de espiras, espessura do fio, número de voltas, distância entre cada espira, material do núcleo, diâmetro da bobina etc. A diferença de potencial no indutor pode ser medida em uma corrente alternada ou abrindo e fechando um circuito de corrente contínua.
Existem vários tipos de indutores, para altas frequências, filtros transitórios, redução de interferências eletromagnéticas (utilizados em eletrodomésticos), linhas de transmissão de alta corrente, indutores de retardo (utilizados em receptores de TV), filtros de AC e carregadores de bateria. Estou usando o exemplo da solenoide porque é comum demais para nós, principalmente por termos montes de projetos que envolvem relés.
Esse multímetro Hikari HM-2080 mede indutância entre 2mH e aproximadamente 20H. A unidade de medida é chamada "Henry", mas devido à sua grandeza, ela pode ser medida em milis ou micros também, na frequência de 100Hz.
O hFE é o ganho estático de corrente, também chamado de beta. Essa grandeza mostra o fator de amplificação de sinal de um transistor, ou quantas vezes a corrente do coletor é maior que a corrente da base.
Mesmo fabricados em lotes, variações acontecem nos transistores, por exemplo, o ganho. Essa variação pode chegar a centenas de vezes (de forma prevista pelo fabricante). Mas às vezes pode ser desejável escolher entre um montante, aqueles cujo ganho seja maior, o que resultaria em ganho de desempenho no circuito.
Considerando que um transistor é um amplificador de corrente, quando uma variação de corrente na base acontece, temos uma correspondência maior da corrente do coletor. Esse ganho é indicado por hFE e corresponde a quantas vezes a corrente varia por uma corrente específica na base:
hFE = Ic/lb (I = corrente, c = coletor, b = base).
Eu tive uns 3 multímetros apenas. Todos eles com capacidade de apenas 10A. Esse Hikari HM-2080 suporta até 20A.
Recurso indispensável, claro, o multímetro Hikari HM-2080 tem também esse teste com feedback sonoro e indicador de modo no display. Quando estiver em modo de continuidade, aparecerá o símbolo de diodo no canto esquerdo superior.
E quem nunca esqueceu um multímetro ligado? Pois é, com o preço da bateria, dói em todos os ossos do bolso quando voltamos a pegar o multímetro no dia seguinte e vemos ele lá, estático, com a chave seletora posicionada fora do "Off". Mas lágrimas não recarregam baterias e por isso o Hikari HM-2080 gerencia para você o desligamento automático para poupar sua preciosa bateria quando não estiver mais sendo utilizado e você esqueceu de cutucar o botão POWER.
Não são muitos os multímetros com termopar, hum? O Hikari HM-2080 tem, e mede de -20 a aproximadamente 1000 graus Celsius, tendo entre suas aplicações, aferir um ambiente que comportará um circuito que opere em uma determina faixa de temperatura, ou medir a temperatura atual em um gabinete de circuito, ou em um CPD, ou uma câmara fria, ou aferir um circuito com LM35/37. Enfim, existem muitas aplicações que fazem desse acessório uma comodidade extra para não ficar carregando termômetros por aí.
Utilizando o botão PK HOLD é possível pegar o pico de uma medição. Muito melhor que tentar no "olhômetro", hum?
Certamente quem manja de multímetros vai comentar sobre o Fluke. Mas um Fluke com todas as características desse Hikari HM-2080 tem uma diferença de preço realmente considerável e, sério, esse multímetro da Hikari vendido pela Eletrogate é demais por preço de menos, confira aqui!
entre as características do produto estão:
Display grande para fácil visualização Retro iluminação
Com o recurso de peak hold podemos capturar o valor de pico de uma medição. Quando o valor varia em alta frequência, é impossível ler o valor a "olhos nus". Eis então seu ajudante para essa tarefa!
Podemos medir frequências de até 10MHz com esse multímetro, com sensibilidade de 3v5 RMS. Esse recurso também é mais um diferencial para o produto e confesso, estou ansioso por brincar com ele, talvez em um PWM ou algo do tipo, só para usar logo! Mas certamente não nos falta aplicação na eletrônica digital, como veremos em artigos posteriores, agora que esse HM-2080 se tornou o novo integrante da minha bancada.
Tensão DC em escala até 1000V Tensão AC em escala até 750V Corrente AC e DC de até 20 amperes Resistência de 200Ohms à 2MOhms Temperatura de -20 à 1000 graus Celsius. Capacitância de 20nF à 200uF Indutância de 2mH à 20H Frequência de 2k à 10MHz Teste de condutividade/diodo Teste hFE Mudança de faixa manual Auto desligamento Peak Hold Indicação de bateria fraca Dupla isolação Precisão básica de 0.5% CAT IV 600V
Acompanha: Ponta de prova Termopar Adaptador multifunções
Se você passou pelos links acima, sem problemas. Clique aqui para ir até a loja.
Fiz um vídeo de apresentação do produto, disponível em nosso canal DobitAoByteBrasil no Youtube. Os recurso mostrarei em cada ocasião que for utilizado. De hoje em diante você verá muito sobre ele!
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Autor do blog "Do bit Ao Byte / Manual do Maker".
Viciado em embarcados desde 2006.
LinuxUser 158.760, desde 1997.