Manual
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Maker
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Primeiramente, gostaria de deixar claro que por enquanto estou escrevendo menos artigos por falta de tempo, não por falta de material ou ideias. Dentre as pendências, tenho um projeto relacionado à música digital (com material da UsinaInfo), Ligação telefônica e SMS pelo notebook (com material do Baú da Eletrônica) e estou em uns 35% da biblioteca da AFSmartRadio, que deverá (teoricamente) abstrair a comunicação com os periféricos do processador. Além desses, tenho também um projeto que pretendo finalizar para quebrar um paradigma que já deveria existir apenas em livros de história, mas esse nem vou dar dica do que é.
Se você acompanha o canal Manual do Maker Brasil no youtube, deve ter visto a apresentação dessa placa. É uma ótima placa, alguns pontos poderiam ser modificados, mas a qualidade é industrial, não dá pra realmente apontar nada negativo nela. O mais legal é que essa foi em homenagem ao site (olhe no canto superior direito).
Mas minha única contribuição para essa placa realmente é a biblioteca que estou escrevendo. Se por alguma razão (que certamente não consigo imaginar qual) você preferir utilizar Arduino, o artigo relacionado ao AFSmartRadio Nano é esse.
Essa placa suporta os dispositivos LoRA1276 e RF4463Pro, só é necessário colocar no respectivo slot. Com o LoRA1276 eu tive o prazer de fazer uma comunicação junto ao criador da placa, onde deixamos uma dentro do escritório, no fundo de sua casa, então saimos pela rua e devemos a volta na quadra. Aproximadamente após 300 metros de distância, perdemos o sinal. Imagine um rádio com esse alcance, atravessando paredes? Foi fantástico o teste.
O módulo LoRA1276 pode ser adquirido à parte, por exemplo, na Curto. Confesso que é o meu preferido, após testá-lo. Em linha reta, ele chega a 1km e em cima de prédios chega a 6km com anteninha omni direcional, é impressionante!
Não entendo porque a AFEletrônica faz tanta questão de adicionar relé em todas as placas. Não é todo mundo que usa relé, então às vezes as pessoas desejam a placa, mas acabará sendo subutilizada. Mas no caso de você precisar de um único relé para até 5A ei-lo aí.
Já a ausência de um conversor USB-serial é notável, considerando que esse seria um recurso utilizável em 100% das vezes. Um pouco pior do que isso, não tem um pino DTR disponível para um FTDI, de modo que o reset para a gravação do firmware tem que ser feito manualmente, por isso vou gravar outro video mostrando e explicando; não que seja complicado, mas é atípico e todos preferimos nos preocupar com o circuito envolto ao projeto do que com a placa em sí, certo?
Mas então você olha o lado de baixo da placa e lá está; um slot para cartão micro SD para fazer registros de log ou outra coisa que desejar! É um excelente recurso, importante em diversos aspectos, mas outra vez, não serão todas as pessoas a utilizar, eu trocaria SD + relé por um FTDI onboard. Pra quem deseja utilizar SD, acredito fortemente que não há uma opção melhor do que essa.
Essa foi campeã. Tem um slot para I2C em 3v3 e um slot para I2C em 5V! No slot 3v3 eu coloquei um display OLED, mas não dá pra usar simultaneamente o slot I2C 5V porque está próximo demais do display OLED, então não dá pra adicionar mais dispositivos ao barramento; ou usa um, ou usa outro. Porém, se você tiver um PCF8574 e dobrar as pernas para baixo (as pernas do PCF8574, fique claro isso), dá pra expandir os GPIOs e ter mais 8 pinos pra brincar (além do pino de interrupção). Eu gostei demais do recurso, de modo que podemos usar tanto um display OLED quanto um display LCD 16x2 (que se encaixa perfeitamente sobre a placa, me levando a crer que foi projetada para esse propósito).
No canto inferior esquerdo estão dispostos os pinos para comunicação SPI. Repare que a placa não vem com todos os slots/barras de pinos, e eu realmente prefiro assim, a placa fica mais "clean" e dispenso o que não vou usar.
Na barra de pinos no canto superior esquerdo estão (além de alguns GPIOs) os pinos de alimentação. Do lado inferior da placa está "silkado" a referência de cada pino, mas vamos lá, já que estou fazendo um review; como você faz a alimentação em uma barra de pinos? A alimentação de entrada vai de 9v à 15v, a fonte é excelente (o hardware todo em sí é impecável), mas para entrar com uma fonte de alimentação nela, você terá que cortar o conector (USB ou jack) e fazer as pontas. Pensando nessa lógica, seria melhor que os pinos de alimentação (e exclusivamente eles) fossem bornes, porque se for para cortar um conector e usar a fonte direto, não dá trabalho nenhum fazê-lo, além de garantir a segurança da conexão, uma vez que jumpers costumam escapar e isso gera uma nova preocupação.
Como acredito que essa seja a melhor placa com ESP32 que existe hoje, fiz questão de apontar o que considero "ponto fraco", porque gostaria que a AFEletronica chegasse à perfeição (e quem sabe sou "ouvido"?).
Eu sei que algumas pessoas devem ter entortado o bico quando falei em retirar o relé e o SD, afinal, pode não ser útil a todos mas é um diferencial, certo? Bom, é fato que é um diferencial, mas eu preferiria que esses recursos estivessem disponíveis como módulos I2C, como é feito no Onion Omega. Daí a placa base sai mais barata, no momento em que o shield for comprado não terá um custo representativo e usando I2C dá pra empilhar até 127 módulos.
A comunicação serial padrão (UART e I2C) trabalham em até 115200 bauds, o que representa 115200 pulsos por segundo. O SPI chega a 2 Megabauds por segundo, mas de verdade; precisamos mesmo de mais de 115200 para ler um sensor de pressão BMP180? Para acionar um relé? Para fazer leituras em um ADC? Fora isso, I2C usa apenas 2 pinos de dados, o que simplifica a conexão.
As placas da AFEletronica não são baratinhas justamente porque foram feitas para a industria. Se seu projeto é para uma empresa, não corra riscos com chinesinhas, pegue essa placa e seja feliz!
Se você é um hobista e dispõe de recursos para a placa, compre e tenha o prazer de possuir um hardware bem elaborado, que não foi feito apenas para brincar.
A venda é exclusiva do fabricante e você encontra essa e outras placas aí no link do carrossel, que aponta para a AFEletronica..
Agora o próximo passo é disponibilizar a biblioteca que estou desenvolvendo para facilitar a utilização de todos os recursos disponíveis nessa placa, é só acompanhar!
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Autor do blog "Do bit Ao Byte / Manual do Maker".
Viciado em embarcados desde 2006.
LinuxUser 158.760, desde 1997.