Manual
do
Maker
.
com
Gostaria de iniciar citando que um novo post para essa configuração foi escrito, focado em Internet das coisas, mas serve para propósito geral também. Sugiro que experimente a configuração DESSE NOVO ARTIGO.
Obviamente isso não é uma novidade em redes, mas não se vê tão facilmente alguma coisa relacionada para que usuários comuns possam configurar um DNS para utilizar por exemplo, em sua casa. E por que alguém utilizaria um servidor DNS em sua própria casa? Deixe-me citar um caso da vida real:
Todos esses 15 ítens da casa conectados à internet. Nem parece que se tem tanta coisa em casa, não é mesmo? E para acessá-los, ou descobrir se estão conectados, ou monitorar o tráfego da rede doméstica, basta saber de cor seus respectivos IPs - e aí é que entra o DNS, pois ninguém fica decorando os endereçamentos dos dispositivos da casa. Portanto, dois passos importantes a seguir, sendo o primeiro a configuração do servidor DHCP para atribuir sempre o mesmo IP ao requisitante. Para isso, acesse a interface do seu roteador Wireless e siga as orientações disponíveis na própria interface do seu modelo.
O segundo passo é a configuração do DNS, sendo ele um desktop, seu notebook ou qualquer dispositivo embarcado que possua a habilidade de rodar um bind9.
Supondo que vá utilizar por exemplo seu notebook onde possua uma instalação de algum sistema baseado em Debian (Ubuntu, Mint, etc), execute o seguinte comando em um terminal:
sudo apt-get install bind9
Criar-se-á o diretório /etc/bind contendo alguns arquivos, dentre os quais o arquivo named.conf. Atualmente esse arquivo possui apenas apontamentos para outros arquivos de configuração:
include "/etc/bind/named.conf.options";
include "/etc/bind/named.conf.local";
include "/etc/bind/named.conf.default-zones";
Nesse arquivo, configure o forwarder para resolver os nomes que seu servidor local não seja capaz de fazê-lo, por exemplo os endereços da internet. No meu caso, utilizo os servidores DNS públicos do google, então tenho a seguinte configuração de forwarders:
forwarders {
8.8.8.8;
8.8.4.4;
};
Não mexa em mais nada nesse arquivo.
Esse arquivo contém as informações da sua rede local, mas as configurações específicas não ficam dentro dele. Dentro você deverá ter o apontamento para os arquivos específicos de resolução e do reverso. No caso da minha rede, resolvi fazer assim:
#configuracao do reverso baseado na minha rede 172.0.0.0
zone "0.0.172.in-addr.arpa"{
type master;
file "/etc/bind/db.0.0.172.reverso";
};
#configuracao da rede local
zone "intranet.local"{
type master;
file "/etc/bind/db.intranet.local";
};
Tendo-os definido aqui, resta criar os dois arquivos de configuração. Esses arquivos DEVEM manter a formatação perfeita, portanto sugiro que escreva manualmente linha a linha, utilizando tabs nos separadores, sem nenhum errinho, porque senão não funcionará.
$TTL 604800
@ IN SOA intranet.local. root.intranet.local.(
1
604800
86400
2419200
604800)
;
IN NS intranet.local.
1 IN PTR intranet.local.
Não vou especificar o que é cada parte porque é bastante chato e quase todo mundo configura com os mesmos padrões. Só cito que eu escolhi o nome intranet.local para minha rede, escolha a sua.
O arquivo é bastante parecido. Aqui cito o NS que é 'Name Server', que é o nome de resolução da sua rede local. Um pouco mais abaixo, os IPs da rede local. Então, tendo-os configurado para seus respectivos dispositivos no servidor DHCP, esta será a última vez que precisará sabê-los antes de utilizar seu DNS. Parece burro configurar IP a IP, mas calma; você entenderá no final, caso ainda esteja com alguma dúvida até aqui.
$TTL 604800
@ IN SOA intranet.local. root.intranet.local.(
1
604800
86400
2419200
604800)
;
@ IN NS intranet.local.
@ IN A 172.0.0.1
;
;ips da rede local
;
note01 IN A 172.0.0.2
note02 IN A 172.0.0.3
raspberry IN A 172.0.0.4
tvsala IN A 172.0.0.5
tvquarto IN A 172.0.0.6
blueray IN A 172.0.0.7
dnsserver IN A 172.0.0.1
E etc. Configure todos os seus dispositivos, aqui coloquei alguns como exemplo.
Depois, finalize configurando os dispositivos para que resolvam nome utilizando o ip do dns server. No caso de Linux, edite o arquivo** /etc/resolv.conf** e coloque:
search intranet.local
nameserver 172.0.0.1
Você pode fazer essa atribuição pelo servidor DHCP de sua rede, ou ainda em Linux (como exemplo, o Mint) você pode editar o arquivo head contido no diretório /etc/resolvconf/resolv.conf.d e adicionar lá essas duas linhas. Assim, mesmo que lhe esteja sendo atribuido outros servidores DNS, o seu estará lá em primeiro.
Feita toda essa configuração, reinicie o serviço bind:
service bind9 restart
E prove sua configuração. Vou pingar o dns (chamei de dom0) a partir de uma máquina virtual que uso para desenvolvimento de um produto alemão, sendo que o DNS é o notebook em questão. Veja o resultado no video.
Pode-se por exemplo fazer uma aplicação para o celular para não ter que levantar a noite e ver que dispositivos permaneceram ligados (com excessão ao roteador, obviamente). Chega de levantar a noite para fazer ronda!
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Próximo post a caminho!
Autor do blog "Do bit Ao Byte / Manual do Maker".
Viciado em embarcados desde 2006.
LinuxUser 158.760, desde 1997.